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Assédio sexual :Rompendo o Silêncio e Encontrando a Própria Voz

  • Foto do escritor: Dario Rodrigues
    Dario Rodrigues
  • 6 de fev.
  • 3 min de leitura

O assédio sexual é uma violência silenciosa que se esconde em piadas, olhares, toques “acidentais” e mensagens invasivas. Ele não escolhe gênero, idade ou classe social, mas sempre deixa marcas profundas: vergonha, medo e uma voz que, aos poucos, se cala. Se você está passando por isso, saiba que não está sozinho(a) — e que sua história pode ser o início de uma transformação.


O Que Realmente É Assédio Sexual?


Assédio sexual não é “exagero”, “frescura” ou “um elogio mal interpretado”. É qualquer comportamento *não desejado* de cunho sexual que humilhe, intimide ou cause desconforto. Pode acontecer:

- No trabalho: um chefe que promete promoções em troca de favores sexuais.

- Na rua: comentários obscenos de desconhecidos.

- Na escola: apelidos sexualizados que “ninguém leva a sério”.

- Online: mensagens íntimas não solicitadas.


O assédio não precisa ser físico para ferir. Palavras e gestos também doem, porque violam a autonomia do corpo e da mente.


Por Que Eu Não Reagi Antes?”: A Armadilha da Culpa


Muitas vítimas se perguntam: *“Por que não gritei? Por que continuei sorrindo?”*. A resposta está no mecanismo de sobrevivência. Diante da ameaça, o cérebro pode *congelar* — é uma reação biológica, não fraqueza. Além disso, o medo de não ser levado(a) a sério, de perder o emprego ou de destruir relações sociais paralisa.


A sociedade ainda culpa a vítima: *“Você usou essa roupa?”*, *“Por que não denunciou antes?”*. Essas perguntas transferem a responsabilidade para quem sofreu a violência, não para quem a cometeu. Lembre-se: **a culpa nunca é sua**.


A Solidão Que Ninguém Vê


O assédio sexual é uma experiência solitária. Muitas vítimas se isolam, acreditando que ninguém entenderá sua dor. Algumas até normalizam o abuso: *“É assim mesmo, faz parte da vida”*. Mas o silêncio alimenta o ciclo de violência.


Você merece ser ouvido(a).


- Converse com alguém de confiança: um amigo, familiar ou profissional (psicólogo, assistente social).

- Registre o que aconteceu: anote datas, locais e detalhes. Isso fortalece sua narrativa, caso decida denunciar.

- Busque apoio jurídico: leis como a Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006) e a criminalização do assédio (art. 216-A do Código Penal) existem para protegê-lo(a).


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Ressignificar a Dor: Do Trauma à Resistência


Superar o assédio não significa apagar a memória, mas recuperar o controle sobre sua própria história. Alguns passos podem ajudar:

1. Reconheça sua coragem Sobreviver já é um ato de resistência.


2. Permita-se sentir raiva Ela não é negativa — é um sinal de que você reconhece a injustiça

.

3. **Conecte-se com outras vítimas Coletivos e grupos de apoio mostram que você não está só.


4. Reivindique seu espaço Seja no trabalho, na faculdade ou em casa, seu corpo e sua voz merecem respeito.


Para Quem Observa: Não Seja Cúmplice do Silêncio


Se você testemunha assédio, não minimize a situação. Ofereça apoio à vítima e denuncie. Frases como *“Ele(a) estava bêbado(a)”* ou *“Foi só uma brincadeira”* perpetuam a cultura do assédio. A mudança começa quando escolhemos não tolerar o intolerável.


Um Convite à Reflexão

Se você está passando por isso hoje:

- Sua dor é válida.

- Sua voz importa.

- Sua existência não se reduz ao que alguém tentou roubar de você.


O assédio sexual tenta calar, mas sua história pode inspirar outras pessoas a quebrarem o silêncio. E quando uma voz se levanta, ela ecoa — até que o grito coletivo mude o mundo.


Você não está sozinho(a). ✊


*Se precisar de ajuda, ligue para o Disque 180 (Central de Atendimento à Mulher) ou procure uma delegacia especializada. Sua vida vale mais que o medo.

 
 
 

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